quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Por do sol de Riversul
































segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

As Margem do Rib. Vermelho com J. M. Silva nº12

                            O SAPATO DA SOGRA




Em uma noite estrelada, o Zé Pereira saiu para dar uma namoradinha, em mais uma aventura extra conjugal.
Lá pelas onze horas, quando retornava ao lar, vinha matutando sobe a desculpa que daria à esposa sobre sua demora.
Chegando em casa, após guardar o carro na garagem, sentiu aliviado ao ouvir a voz de sua sogra que viera visitá-los. Afinal com a presença da mãe, a sua esposa não iria indagar sobre sua demora, onde tinha ido e o que estava fazendo até aquelas horas.
Entrando em casa, abraçou sua sogra, fingindo imensa alegria pela visita de tão querida pessoa, juntos foram comer uma deliciosa janta, a base de frango caipira, preparada pela esposa do traidor, que alegando uma dor de cabeça foi logo deitar-se, deixando mãe e filha pondo a prosa em dia.
No outro dia ,quando levantou-se o Zé encontrou a sogra tomando o café da manhã, e logo que o viu a velha foi falando.
__Bom dia, meu genro, espero que tenha dormido bem.
__”Bom dia, sogrinha querida”, respondeu o Zé, “claro que dormi bem, quem tem boa conduta, sempre dorme bem”.
__Viu, deixe de falar mentiras, hoje eu quero que você me leve no sitio do Gentil, eu vou comprar uns queijos para levar pra casa.
__”Tá bom, eu levo sim, a hora que a senhora quizer” e saiu pensando: “Ô veia ôce não sabe o galho que você me quebrou com sua presença aqui em casa ontem”.
Após o almoço , o Zé pegou o carro e levou a esposa e a sogra para aquele passeio.
Lá pelo meio da viagem, o Zé sentiu que havia algo em baixo do seu banco que batia no seu calcanhar; Passando a mão para ver o que era, sentiu o contacto com um sapato feminino, e assustado pensou: Xi, a morena que saiu comigo ontem, esqueceu o sapato no carro! Se a minha mulher ver o sapato, o pau vai quebar, vou ter que jogá-lo fora. Encontrou a solução logo:
“Épa, parece que o pneu da frente murchou tá puxando o volante” disse o Zé”. Vou dar uma olhada”.
Quando abriu a porta do carro, derrubou o sapato na estrada, e após sair do carro, foi empurrando a prova do adultério com o pé até o barranco. Quando viu as mulheres  olhando o gado na invernada, do outro lado da estrada, ele rapidamente, pegou o sapato e jogou-o no mato.
“Bão, era impressão minha”, exclamou o José ao entrar novamente no carro,” está tudo bem “, e a viagem continuou.
Chegando na casa do Gentil, o Zé estacionou o carro em uma sombra e após cumprimentar o amigo, notou que sua sogra procurava algo dentro do carro, e lhe perguntou:
__A Senhora tá procurando alguma coisa?
__Num é, eu tirei os sapatos pra descansar os pés e achei só um, o outro sapato sumiu, será que tem buraco neste carro?
__”Puta merda”, pensou o Zé, “num é que eu joguei fora o sapato da veia, pensando que era o sapato da biscate de ontem à  noite”.