sábado, 17 de maio de 2014

Histórico da cidade de Ribeirão Vermelho do Sul

HISTÓRICO DA CIDADE DE RIBEIRÃO VERMELHO DO SUL

A história de Riversul começa com a chegada do mineiro Joaquim da Silva Bueno, que em 1885 tomou “posse” dessas terras. Vieram logo a seguir José Inácio Froes e Francisco José Froes, seu irmão, formando um pequeno povoado.
Posseiros, eram os trabalhadores que ocupavam áreas de propriedade ainda não definida, tinham, portanto, a posse da terra ocupada. Sua presença era marcante nas frentes de combate.
Os mineiros possuidores de uma fibra denotada e espírito progressista, fizeram com que o povoado crescesse rapidamente. Ergueram uma capelinha à qual deram o nome de Capela São Bom Jesus (até hoje padroeiro dessa cidade), sendo o patrimônio doado por Joaquim da Silva Bueno. Essa capelinha fica onde hoje é a propriedade do senhor José Candido Barbosa, e era construída de barro.
O povoado cresceu, e decorridos três anos, veio residir nestas terras Processo Martimiano, que deu ainda maior impulso ao pequeno vilarejo.
Em 1890, lutou incansavelmente pela criação do Distrito de Paz. Com a queda da monarquia e a instalação da República, a criação do Distrito só foi conseguida em 1894, pelo decreto nº 288 de 07 de julho desse mesmo ano, com a denominação de Ribeirão Vermelho, pertencendo ao município de Itaporanga (Ex- São João Batista do Rio Verde).
Aos 12 de novembro de 1924, foi elevado a município, tendo como primeiro prefeito o farmacêutico Manoel de Mello, conhecido por Coronel Nenê de Melo. Depois disso foram prefeitos Domingos Gusmão Corrêa e Martiniano Silva.
O povoado cresceu e a capela construída pelos fundadores não era suficiente para abrigar a todos os fiéis. Iniciou-se então, por volta do ano de 1920 a construção da Igreja Matriz. A empreitada ficou por conta do Sr. Francisco Izidoro. A água e a areia utilizadas na construção eram puxado do rio Ribeirão Vermelho por cavalos ou até por carrinhos de mão. As pedras eram tiradas do alto do morro, que começa ao pé do rio, de onde o Sr. João Teodoro as empurrava lá de cima, fazendo-as rolar até o rio e de lá trazidos até o rio e de lá trazidos em carretas puxados à cavalo.
Para subir essas pedras quando a construção já estava alta, usava-se um tronco fincado ao chão com duas carretilhas, uma em cada extremidade. Por essas carretilhas passava-se uma corda, e por essa corda, numa das extremidades saia um estrado onde se colocava as pedras, areia e a água, e por outro lado a corda era amarrada em um burrico chamado “Petiço”, de propriedade do Sr. Inácio Mariano.
Aos 12 de dezembro de 1928, foi fundada a Paróquia do Bom Jesus e em 1º de janeiro de 1929, tomava posse o seu primeiro vigário, Reverendo Padre Manoel de Oliveira. Os padres que aqui trabalharam, muito colaboraram na vida desta cidade, pois a religiosidade é uma característica marcante deste povo. Mas, esses padres moravam na cidade de Itaporanga, e só vinham para cá no sábado, rezando as missas de sábado e domingo e regressavam a Itaporanga. Com isso a paróquia ficava sem padres durante a semana. Essa situação mudou quando chegaram os Padres Cistercienses.
No ano de 1924, começou na cidade a construção da estrada de ferro que ligaria a cidade de Itararé a Fartura. Essa construção ficou ao encargo da Companhia Lafayete e Siqueira, da cidade de Itapeva. O trabalho era feito com ferramentas simples – machados, foices, enxadas e picaretas – pois não havia maquinas. Grandes aterros levavam meses para serem feitos, pois o trabalho era feito com carrinhos de mão ou por cavalos. A divisão do trabalho era feita por fazendas, nas quais vários homens trabalhavam nas regiões já demarcadas. Esse trabalho foi até 1926, quando a empresa responsável faliu. O trem chegou a correr até Pedra Branca, não chegando até a cidade de Ribeirão Vermelho do Sul. Hoje, restam alguns vestígios da construção abandonada.
Com a Revolução Constitucionalista de 1932, São Paulo transformou-se num imenso campo militar, onde se preparavam estudantes e membros de profissões liberais. Era constituída pela Força Pública do Estado de São Paulo e por tropas federais rebeladas.
Getúlio Vargas, tentando anular essa força, concentrou nas fronteiras do Estado de São Paulo, forças policiais, batalhões provisórios e forças do Exército do Sul e do Norte, bloqueando as comunicações e a possibilidade de abastecimento. Foi então que Riversul acomodou soldados do Exército do Rio Grande do Sul, que permaneceram aqui cerca de três meses. Essa Brigada Gaúcha, comandada pelo Coronel Pelegrini, acampou em sua maioria no pasto do senhor Francisco Cândido Barbosa, conhecido por Chico Moisés, e eram comandada pelo Coronel Pelegrini.
No dia 05 de agosto de 1936, os Padres Cistercienses, vindos da cidade de Cister, na França, tomaram posse das Paróquias de Itaporanga e Riversul. Os padres cistercienses que a partir de então não mais descuidaram da paróquia, foram muitos importantes para a cidade em todos os sentidos, principalmente no setor cultural.
Em 1937, com a intervenção federal no estado, cai a soberania do município, voltando novamente a ser Distrito de Paz. Pelo decreto nº 14.334 de 30 de novembro de 1944, Ribeirão Vermelho, passa a chamar-se Ribeirão Vermelho do Sul.
No ano de 1948, Justino de Oliveira Brizola, consegue das autoridades competentes o Plebiscito, que possibilitaria a passagem do município para a Comarca de Itararé, ao invés de continuar na de Itaporanga.
Para esse plebiscito, foi usado um título especial, onde todas as pessoas maiores de idade poderiam votar, inclusive os analfabetos. A cédula era simplificada e só continha dois quadradinhos, onde os eleitores marcavam apenas sim ou não. O resultado foi favorável a Itararé, mas com a mudança além de política seria também jurídica, teria de ser aprovada pela Assembléia Legislativa. Nesse mesmo ano, o Governador do Estado, Ademar Pereira de Barros, anula esse plebiscito e Riversul continua a ser Comarca de Itaporanga.
No dia 23 de setembro de 1950, por motivos políticos, Justino Brizola é assassinado em praça pública por Leonço Alves Ferreira.
Aos 30 dias do mês de dezembro do ano de 1953, o deputado estadual Augusto do Amaral, conseguiu novamente a emancipação política municipal com o nome de Ribeirão Vermelho do Sul.
Durante o ano de 1954, com a ajuda dos municípios vizinhos, foram criados os partidos políticos e foi feita a escolha dos candidatos à prefeitura e câmara de vereadores para a eleição.
Os candidatos escolhidos foram dois: de um lado Aparecido Lúcio Martins e do outro lado Antonio Moreira Ramos, apelidado de Sula.
A primeira eleição municipal, realizou-se em outubro de 1954 e elegeu Aparecido Lúcio Martins, tendo como vice-prefeito Atílio Coluço. A partir daí, o então município de Ribeirão Vermelho do Sul toma grande impulso para o progresso.


O LARGO DE SÃO PEDRO

Conta-se que certo dia do mês de junho de 1944, José Maurício da Silva, cujo apelido era José Valério resolveu convidar a vizinhança a festejar São Pedro.
Foi feita uma grande fogueira, ergueram o mastro, fogos de artifícios, reza do terço e em seguida foi realizado um baile familiar.
A vizinhança participou com grande alegria. Iniciava-se uma tradição que perdura até hoje. O entusiasmo do povo fez com que reservassem um terreno para a futura praça e capela de São Pedro. O tempo foi passando e todos os anos um ou outro era nomeado pelo festeiro anterior para ser o novo festeiro.
Em 1951, José Munhoz, trabalhou com grande entusiasmo e conseguiu uma soma de CR$ 50.000,00 e com este dinheiro deu início às compras dos materiais para a construção da capela. A pequena capela foi construída em 1955. Hoje, no mesmo local, junto a capela, existe uma praça, com o nome de Praça São Pedro e foi construída no mandato do prefeito Nilson Lopes, em 1985.
HISTÓRICO DO CORAL SANTA CECÍLIA

O antigo “Coro Santa Cecília”, formado pela Madre Superiora Maria Cecília Von Hartmann para cantar durante as missas de domingo começa a ser conhecido por toda a região, durante muitos anos, permaneceu ainda no seu trabalho religioso.
Em 1964, com a transferência das Irmãs Cistercences para a cidade de Itararé, passou a dirigir suas atividades a prof. Maria Clary de Almeida.
Em 1980, após uma reformulação na sua estrutura, o atual “Coral Santa Cecília” passa a cantar outros estilos musicais, além do religioso e a apresentar concertos profanos além de suas missas cantadas. Desta data em diante, tem sido seu regente o prof. João Batista Biglia, músico competente e sensível maestro, que desde então tem sido grande incentivador do canto coral em toda a região, fundando corais em cidades vizinhas e desenvolvendo um grande trabalho musical.
Apesar das dificuldades em que se encontra o Movimento Coral, Riversul tem conseguido promover vários encontros de corais, onde se apresentam grandes maestros, belíssimas vozes e os mais variados estilos musicais.
O Coral existe até hoje, participou de muitas apresentações, festivais nacionais e internacionais e até concursos; promove todos os anos, desde 1986, nas cidades de Riversul, Itaporanga e Itararé o Festival Nacional e Internacional de Coros.
Uma característica peculiar do Coral Santa Cecília, é que a maioria de seus membros são parentes entre si. Nele cantam pais e filhos, maridos e mulheres, irmãos e primos, tios e sobrinhos. Devido a isso há um grande relacionamento afetivo e musical entre eles.

CINEMA

Uma das diversões da época, era o cinema. O cinema foi construído pelo cidadão Simplício Gonçalves de Oliveira, e as projeções eram só de imagens – o chamado cinema mudo.

TEATRO

No “Grêmio” era o local onde as pessoas assistiam as peças de teatro encenadas por pessoas da própria cidade, que gostavam muito de representar. O grupo de teatro era orientado pelo farmacêutico Pedro Ribeiro Pinto. O prédio possuía palco e camarins e estava localizado onde hoje é propriedade da senhora Maria Adelina de Assis Silva, viúva de José Rabelo da Silva – ex-prefeito de Riversul.
Por volta de 1975, um novo grupo de teatro foi formado, “Maranathaan”, que produziam várias peças teatrais fazendo muito sucesso na cidade e em toda a região. Algumas dessas peças foram “A Ditadora”, “A Bruxinha que era Boa”.

BANDA

A Banda foi uma reunião de pessoas que gostavam de música, sob a regência do senhor Dante Biglia, onde instrumentistas tocavam e animavam as festas religiosas. Essa Banda levava o mesmo nome do coro – “Banda Santa Cecília”.

O RELÓGIO DO SOL

No dia 11 de março de 1985, era inaugurado na Praça São Pedro, pelo atual prefeito Nilson Lopes, o Relógio do Sol.
Sua história é muito antiga. Os egípcios  já o utilizavam há mais de mil anos para calcular o horário das enchentes do Nilo. Esse relógio consiste em um mostrador de horas e um ponteiro. O ponteiro tem a forma de um triângulo retângulo, cujo grau de abertura é o mesmo da inclinação do eixo da Terra, calculando através da longitude e da latitude da cidade. O ponteiro, assim como todo relógio indicará sempre o norte verdadeiro que pouco se diferencia do norte magnético.
O relógio foi projetado pelo professor Félix Carbajal e acompanhado passo a passo pela população curiosa. O professor Félix explicou à população que o Quadrante Solar tem a capacidade para determinar a longitude e latitude, meridianos e paralelos, eixo do globo, primeiro vertical, pontos cardeais e a hora solar natural.
Apesar de não ser muito usado pelo seu motivo real, o Relógio Solar serve para embelezar ainda mais a cidade.

FESTAS TRADICIONAIS
Uma característica da cidade é a religiosidade do povo, o que fez com que as festas religiosas se tornassem tradição do município. Senhor Bom Jesus (Padroeiro do município), Divino Espírito Santo, Nossa Senhora Aparecida e São Pedro, são festas que sempre arrastaram toda a população urbana e rural para participarem das quermesses muito animadas com bandas, leilões, barraquinhas de jogos, doces, salgados e bebidas.
O carnaval, sempre foi muito animado, trazendo muitos foliões de até cidades vizinhas para pular e brincar nas ruas da cidade.

TOQUE DE RECOLHER
            Ao lado da Igreja Matriz tinha uma casinha com uma alta torre, onde ficava o sino. Esse sino funcionava como aviso de missa, morte e para o toque de recolher. Para cada aviso havia uma maneira de tocar o sino. Esse sino era tocado pelos soldados ou pelo senhor Luís Sacristão, pai do Sr. Paulo Coluço.
            Todos os dias era tocado o sino as 21:00 horas e a partir dessa hora ninguém mais podia permanecer na rua.

RIVERSUL NOS ESPORTES
Os esportes sempre foram uma boa maneira do povo de Riversul se divertir e esquecer suas tristezas. O futebol mostrou grandes craques que devem ser lembrados, como o Sr. João Bueno, ponta esquerda, conhecido por toda a região devido à facilidade com que chutava com os dois pés. Destaca-se também no futebol o Sr. Paulo Coluço, jogava na posição de centro-avante e sempre levava a torcida ao delírio com seus gols.
Não menos importante, outro esporte que sempre fascinou às pessoas da cidade foi o Basquete, Riversul na época possuía uma quadra de basquete assoalhada, cercada, com arquibancadas e um excelente time de basquete. O time era formado por Dante Vorque, Edmundo Biglia, Jomir Ferraz, Edilson Alencar, Pedro Pinto, Lázaro Gonçalves, Dorico Pinto, Leoncinho e Raimundo Padilha, nove jogadores contando-se com os reservas. O técnico era o Sr. Geminiano. Os destaques para esse time, ficavam para o Sr. Lázaro Gonçalves (Lalau) e Edmundo Biglia.














7 comentários:

  1. Cidade linda fui feliz morando lá há a se eu pode se voltar o tempo atrás minha cidade minha alegria riversul amo muito saudades ��������

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  2. gostaria de conhece-la pois meu bizavo e um dos fundadores dessa cidade senhor Joaquim José Ignacio Fróes.

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  3. Nasci nesta cidade a 50 anos e no dia 03/03/19 a visitei, com orgulho de minha pequena cidade que ainda resiste ao tempo.

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  4. Olá, sou descendente de José Ignacio Fróes e estou buscando informacoes sobre nossa família e nossos antepassados. Qualquer informacao por favor entre em contato comigo pelo e-mail jfrsvieira@gmail.com.
    Muuito obrigado!

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  5. Também sou bisneta do Sr Joaquim José Inácio Fróes e também gostaria de obter informações sobre os demais descendentes!

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  6. Senhores, busco informações do meu avô João Rodrigues da Silva, nascido em 1904 na Fazenda Laranja Azeda, filho de Clara de Almeida Ramos e Antonio Rezende da Silva

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  7. Minha madrinha de crisma.mora aí em Riversul.sua mãe era minha madrinha de batismo.gostaria muito de encontrar minha madrinha de crisma.chama.Margarida.e sua mãe Rosa.se alguém a conhecer.por favor 931456080.sou de são paulo.mas .morei aí..meu nome.lucia rosa de oliveira

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